Cristiane Cunda cris@novohamburgo.org
Estudantes de diversos países e estados estiveram expondo seus trabalhos nos quatro dias de duração da maior feira de ciência e tecnologia da América do Sul – a 25ª Mostratec, nos pavilhões da Fenac, Novo Hamburgo.
Cerca de 30 mil pessoas estiveram prestigiando os 300 trabalhos de estudantes 21 países.
Premiação
A entrega das premiações ocorreu no sábado, dia 23. Neste ano, além dos destaques por área, outros 23 prêmios foram oferecidos aos pesquisadores. A avaliação dos projetos ocorreu entre quarta e quinta-feira, levando em consideração critérios como: originalidade, relevância social, viabilidade de aplicação, domínio do assunto pelo grupo, organização e material exposto no estande.
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Confira a lista dos trabalhos vencedores
A preocupação com meio ambiente e desenvolvimento social pôde ser visto em muitos dos trabalhos apresentados na Mostratec. Um trio do Cazaquistão, com o projeto “Hyperaccumulator plants and phytoremediation” se mostrou preocupado com a saúde do solo e estava apresentando uma planta que é capaz de absorver metais pesados.
“Infelizmente muitas indústrias depositam resíduos com metais pesados no solo e acabam contaminando-o. A planta que estamos apresentando tem a função de absorver esses metais e evitar que fiquem no solo”, disse Akzhol Tairov, de 17 anos. Os outros integrantes de seu grupo, Appason e Dasten, vestiam os trajes típicos de seu país, assim como Akzhol. “Esta não é uma roupa de uso cotidiano, é para cerimônias especiais e estamos usando para representar os costumes do nosso país”, explicou Appason Sabyrzhan.
Duas meninas, também do Cazaquistão, trouxeram seu estudo com foco ambiental. Sabina Tolemyrzaeva e Nuriya Akhmetova, ambas de 16 anos, apresentaram o projeto “Utilisation and recycling of industrial wastes and their usage in manufacture of building materials and microfertilizes”. Elas dedicaram mais de um ano e meio de estudos neste projeto, para encontrar um meio de transformar ou reciclar resíduos industriais tóxicos em materiais ou produtos que pudessem render lucro. E conseguiram: transformaram enxofre em concreto.
“Queremos seguir estudando, desenvolvendo outros produtos e participando de eventos como a Mostratec. Estamos adorando participar desta feira no Brasil. As pessoas são muito falantes, amigáveis e é muito bom conhecer pessoas” disse Sabina, que vestia um traje típico do seu país.
Os jovens de São Leopoldo, da Escola São Luis, trouxeram um estudo sobre células tronco no Rio Grande do Sul. O grupo composto por Matheus Ribeiro, Jizete Núñez e Alexandra Lima, todos de 15 anos, acredita que muito se fala sobre o assunto, mas pouco as pessoas realmente conhecem. “Fizemos um levantamento de tudo que já foi feito na área, como está atualmente e quais as suas possibilidades. Nossa intenção é esclarecer o tema”, explicou Matheus.
As peruanas Sara Carhuamaca e Heydi Soledad Paico, 16 anos, apostam na Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC para ampliar e facilitar o ensino nas escolas. “Influencia de las TICs em el aprendizaje” é o título do trabalho desenvolvido por elas nos últimos dois anos, em que analisaram a evolução de alunos com acesso às TICs, através de um projeto do governo do Peru, e outros que ainda não tinham.
“O uso de computadores para facilitar a aprendizagem se mostrou muito eficiente em diferentes disciplinas. No programa, cada aluno ganha um laptop e pode levá-lo para casa. Queremos muito que o nosso país se desenvolva ainda mais na área da educação e acreditamos que esta é uma boa maneira de contribuir para isso”, disse Sara.
A informação através da arte é a proposta das irmãs gêmeas Wyldiany e Wyldina Oliveira dos Santos, 17 anos, do Maranhão. “Vidas Secas: Um grito nordestino através da arte” é o tema da pesquisa em que analisaram o livro de Graciliano Ramos, um relato da vida nordestina. Além disso, elas aplicaram questionários em escolas para verificar se é possível conscientizar as pessoas dos problemas sociais através de obras literárias. “Chegamos à conclusão de que é possível mostrar a realidade de determinado local, no nosso caso, o Nordeste, e divulgar estas informações através da literatura. A arte toca muito as pessoas e isso facilita o processo de entendimento”, afirmam.
FOTOS: Cristiane Cunda / novohamburgo.org
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